segunda-feira, 3 de setembro de 2012
quarta-feira, 21 de abril de 2010
SS Clan Stuart (1914-Simon's Town, Cape Town, SA)
It's shallow depth allows plenty of sunlight to penetrate and the wreck is covered with dense marine growth, attracting a large number of fish. This wreck will be part of the proposed Simon's Bay wreck trail.
LOCATION: 4km from the Fish Hoek traffic circle, on the road to Simon's Town. This wreck is close inshore and is situated in a restricted diving area.
ACCESS: Permission to dive this wreck must be obtained from Naval Headquarters (PH: 021-787 3911) at Simon's Town, or you may find yourself accosted by a patrol of Navy divers. The Navy is pretty relaxed about giving permission and will only refuse if they are planning some sort of activity in the vicinity where you plan to dive. It is a short swim of about 50m offshore with easy entry and exit points. The ships engine block can be seen protruding from the sea.
CONDITIONS: This bay is almost always sheltered except in a strong north-easter. Because of the shallow depths, there can be surge when a swell is running.
AVERAGE DEPTH: 6m
Santo Antão (Cabo Verde, Ilha do Sal, 1966)
Barca Bidart (1915-Ilha das Flores, Açores, Portugal)
Sobre o Navio:
A barca Bidart fora construída em 1901, pelos estaleiros navais Chantier Nantais de Construction Maritime, de Nantes. Este navio tinha 2199 toneladas de arqueação bruta e 1917 toneladas de arqueação liquida.O casco era de aço, tinha 84 metros de comprimento, com 12,30 metros de boca e 6,80 metros de calado. Como todas as barcas, tinha 3 mastros , largava pano redondo no de proa e no grande, e um latino quadrangular e gavetope no de ré. Os mastros de proa e grande tinham dois mastaréus enquanto que o de ré denominado da mezena tinha um só.
Em Setembro de 1901, a barca foi lançada à água e entregue à Société Bayonnaise de Navigation. A barca, comandada pelo capitão Pinsonnet, iniciou então várias viagens entre a Europa e o continente americano, tendose desempenhado da missão de uma forma mais ou menos anódina. O único acidente digno de menção ocorreu em 1906 quando, em viagem para Tacoma, Washington, uma tempestade lançou um homem ao mar e arrancou parte do velame e da mastreação da barca.
A Bidart foi então vendida, em Maio de 1911, à Societé Anonyme de Voiliers Normands, estabelecida na praça de Rouen. Em 1915, sob o comando do capitão Jacques Blondel, os 23 homens da tripulação carregaram minério de níquel no valor de 500 mil francos e partiram da Nova Caledónia.
Sobre o naufrágio:
Durante a noite de 25 de Maio de 1915, a barca francesa de três mastros Bidart seguia, a meio pano e em pleno Oceano Atlântico, uma rota para norte, em direcção ao arquipélago dos Açores. A bordo, o comandante Jacques Blondel tentava proceder à manobra do navio, uma tarefa que não era em nada facilitada pela escassez de tripulantes válidos com efeito, em pleno século XX, ainda se morria de escorbuto a bordo dos navios oceânicos.
A longa viagem, sem escalas, que a barca Bidart realizava entre o porto de Thio, na Nova Caledónia, e o porto de Glasgow, na Escócia, era propícia ao desenvolvimento desta doença, causada por uma deficiência de vitamina C na dieta diária dos tripulantes. O escorbuto, causador de perturbações ósseas e de dores musculares, provocava também o aparecimento de fadiga e de depressões, o que em muito terá contribuido para a fatalidade que se aproximava.
Após vários dias de sol encoberto e da presença omnipresente dos nevoeiros, durante os quais não fora possível posicionar o navio pelo sol, o comandante estava praticamente perdido, sem ao menos saber a latitude certa da embarcação. Para piorar ainda mais as coisas, durante o anoitecer do dia 24 de Maio, morreu um dos marinheiros, de nome Letloc. Poucas horas depois, outros oito se lhe seguiriam.
Após quatro meses de viagem, a barca aproximavase perigosamente do seu último destino. Às 4.30 da madrugada do dia 25 de Maio de 1915, o capitão Blondel apercebese, por entre a névoa matinal, de que a barca se aproximava de uma zona de rebentação. Rapidamente, Blondel tentou fazer com que o navio virasse para o mar. No entanto, a bravura crescente do mar e vento não lh'o permitiu vindo o navio a descair encalhando emfim no canto do Areal, junto aos rochedos do Lugar da Cachoeira, na freguesia da Fajã Grande, a cerca de 50 metros de terra.
Com o encalhe, o navio partese em dois e afundase, até ao castelo de popa, a cerca de 8 metros de profundidade. No processo, caiu também o mastro do traquete sobre a ré do navio. Com os salvavidas inoperacionais, o piloto, o cozinheiro Charles, o imediato Pedron e o contramestre Lhotis atiraramse à água, no intuito de se dirigirem até à costa e pedirem ajuda. Infelizmente, a agitação do mar apenas permitiu que fosse o piloto o único a lá chegar.
Perante este cenário, o comandante ordenou o abandono do navio. Após se terem munido de coletes de salvação, os elementos da tripulação saltaram, um a um, para o mar revolto. No final, apenas 14 se salvaram, entre eles alguns mais ou menos pisados, tendose afogado os marinheiros Legasi, Lecandre, Totbien, Lebreton e Kerne. Logo que foram recolhidos, os náufragos foram logo vestidos e tratados com a maior solicitude, por todo o povo da freguesia. O médico de Santa Cruz procedeu logo aos primeiros socorros, fazendo embarcar os feridos mais graves para o Hospital de Santa Cruz das Flores, logo no dia seguinte, assim que o mar acalmou.
Tanto o cozinheiro como o contramestre se afogaram, tendo os seus corpos dado à costa na freguesia da Fajãzinha, no dia 25 de Maio, juntamente com o de um marinheiro. Imediatamente, o povo os colocou em câmara ardente numa casa do Espirito Santo e ofereceulhes 6 coroas de flores naturais, que foram depostas sobre os cadáveres. Os habitantes ofereceram tambem lençoes e almofadas para os caixões dos mortos.
Por iniciativa do vicevigário da freguesia, reverendo Caetano Bernardo de Sousa, fezse o enterro com toda a solenidade, sendo os tres cadaveres acompanhados por todo o povo da freguesia.
O que restava do navio avaliado em cerca de 300 mil francos e da carga, foi arrematado por José Azevedo da Silveira por 210$000 reis, no dia 29 de Maio. Este comerciante local acabou por tomar posse de alguns salvados tirados do castelo de prôa, unico ponto do navio que está fora d’agua. O resto do navio estava submerso a alguns palmos abaixo da linha d’agua, tendo dentro parte da carga e todos os objectos de bordo, conservas e algum dinheiro. Por vários dias, o mar em volta do naufrágio tomou uma cor avermelhada, devido à fuga do minério de níquel que vinha embarcado a bordo da Bidart. Os náufragos sobreviventes embarcaram então para Lisboa, a bordo do paquete Funchal, tendo escalado Angra do Heroísmo a 15 de Junho de 1915.
No meio de todo este azar, o mais azarado acabou por ser o imediato. Este, que estava para se casar e que iria assumir o comando da Bidart, já tinha naufragado anteriormente nos Açores quando, simples marinheiro a bordo da galera francesa Caroline, tinha encalhado na vila da Madalena, ilha do Pico, a 3 de Setembro de 1901. Sobreviveu ao primeiro naufrágio mas não sobreviveu ao segundo.
O Spot de Mergulho:
Este spot é conhecido localmente como o "Papa Diamantes"
(A completar proximamente)
Bibliografia:
AA, 1901 'Naufrágio', Jornal Persuasão, no2071, 1901, Ponta Delgada
AA, 1915 Naufrágio nas Flores, Jornal A União, 17 de Junho de 1915, Angra do Heroísmo
LLOYD’S 1914, Register of Shipping 1914, Lloyd’s Society, Londres
MORAES, A. 1994, O naufrágio da barca ‘Bidart’ nos Açores, in Revista de Marinha, Setembro/Outubro de 1994, Lisboa
Informação retirada do Site:
http://www.entrada.tv/DB/wrecks/DB/Bidart/Bidart_Ilha_das_Flores_1915_AlexandreMonteiro.pdf